segunda-feira, junho 28
Juntinho!
sábado, junho 26
O essencial é invisível aos olhos.
quinta-feira, junho 24
Não vivo na superfície das coisas...
terça-feira, junho 22
Ócio
B – É muito legal. Você faz um para mim?
M - É feito de casca de ovo e concreto...
B – Você faz um para mim?
M – Concreto, tinta e casca de ovo.
B – Não perguntei do que é feito, perguntei se você me faria um.
M – Toda vez que como um ovo, colo a casca ali e pinto com spray.
B – Você... Faz... Um... Para... Mim...?
M – Você pára de pensar em si mesmo em termos de eu, você pensa em nós.
B - Vamos logo pra cama... Você é lésbica?
quarta-feira, junho 16
Um dia de domingo...
segunda-feira, junho 14
Carência feminina x Tédio masculino
VERÔNICA-
Onde estão as outra, as viúvas que
carpem os seus mortos com a senhora?
AMARA-
Logo mais vou me encontrar com elas.
Devem estar assustadas com o canto
da mulher loira que tanto persegue
as mulheres desta maldita ilha.
E depois do canto, o mesmo chamado
aos nossos homens que ela destruiu.
VERÔNICA-
Mas, tudo isso só vive na memória!
AMARA-
Para quem não tem presente, a memória
é a realidade única possível.
VERÔNICA-
Culpa-se uma mulher que não existe
para esconder a culpa que se traz.
AMARA-
Culpa? Culpa, Verônica? Que culpa?
VERÔNICA-
A de todas as mulheres desta ilha.
AMARA-
As mulheres daqui são bem mais puras
que as mais puras que possam existir.
VERÔNICA-
Depende do que entende por pureza.
AMARA-
Nós não temos traições nem bigamia. U
ma "prostituta" não há em toda ilha. A
quelas que aqui chegaram
nós expulsamos com todo rigor. D
e que culpa nos pode acusar?
VERÔNICA-
De violência contra a natureza. E
m nome da moral vocês destroem
o que mais puro há no ser humano.
Um amor que se esconde por vergonha,
que é sufocado como crime torpe.
De legítimo, torna-se bastardo
por temer assumir sua condição.
AMARA-
De que está falando?
VERÔNICA-
Do amor. Do amor q
ue nesta ilha dizem ser perfeito
e não é mais que um medroso contato
de corpos que se pejam de encontrar.
É frio, é triste como são tristes
os homens que buscam noutros leitos
satisfazer fantasias ideadas
na frigidez do leito da esposa.
AMARA-
O que sabe você de nossas vidas
para nos acusar de frigidez?
VERÔNICA-
Não é preciso saber muito. Basta
que se contemplem os homens daqui.
Toda a tristeza que há nos seus olhos
denuncia a frigidez do leito
que lhes matou a vontade de viver.
E só lhes resta como alternativa
engendrar sonhos loucos e fantásticos
no desespero do corpo insatisfeito...
Almejam a mulher inatingível
que os ame com furor inusitado,
c
om frenética entrega, sem recusas.
AMARA-
Fantasias! Somente fantasias
para justificar seus próprios gostos!
VERÔNICA-
Não, não são fantasias! Todos sabem
que o pescador professa a solidão
em que tece a teia de sonhos e imagens
que com ele compartilha o seu dia.
Quem trabalha e vive tão sozinho
calor humano precisa encontrar
na casa, na mulher, no leito quente
que afugente os fantasmas e duendes
que povoam os pensamentos solitários.
A Alamoa é um mito inventado
por mulheres que têm medo de amar
e por tristonhos homens sempre sós.
AMARA-
Não inventei fantasmas nem visões
nem transferi qualquer culpa à Alamoa
que já não houvesse sido aqui plasmada
na consciência de todas as mulheres
cujos maridos no mar se perderam.
VERÔNICA-
Perderam-se no mar pela Alamoa! (risos)
AMARA-
Sim. Foi ela quem perdeu nossos homens.
E seu marido navega a mesma senda
em que uma noite se perdeu seu pai.
E você permanece tão tranqüila
como se não temesse por sua vida
ou mesmo não lhe tivesse algum amor!
VERÔNICA-
Exatamente porque existe amor
entre nós, sei que Pedro voltará!
O amor há de ensinar-lhe o itinerário
e ser seu lume em meio à tempestade.
Texto: Alamoa, Pimentel, Altimar.
sábado, junho 12
Leva passarinho...
Dia comum. Com uma vontade comum de falar de amor. Vontade diferente de expressá-lo. Pessoas diferentes para expressá-lo.